domingo, 2 de maio de 2010

Sonhos , Fadas e Anjos ( I )


I - O Princípio

Sabe...
Um dia eu conheci uma garotinha que acreditava em sonhos , em fadas e em anjos, como símbolos de inocência, de carência e proteção. E a cada passo, a cada queda, a cada choro, a cada riso 'solto', tudo era acompanhado de pequenas conexões dos seus pensamentos que eram recriados como preces, clamando por seus sonhos, seus anjos e suas fadas e como uma respiração profundamente sentida, seus medos e temores eram dissipados calmamente.

O tempo foi passando, meio acomodado, como quem pensa calado "ela vai mostrar ao mundo, a luta pela felicidade", enfeitando um caminho com as rosas mais bonitas e exuberantes, tão macia, tão formosa, tão 'blue' que seus espinhos passavam depercebidos pela sua 'atração fatal', então desajeitada garotinha sem saber 'o porque' ou 'como' acreditou no poder do tempo, embora cansada, ela continuou...

Longos caminhos foram percorridos, altas montanhas foram escaladas, e quando a tristeza apertava, ela imaginava, onde estariam seus anjos? onde estariam as fadas? E sem notar, ela os encontrava, eles estavam tão próximos , mas seus olhos não podiam enxergá-los.

Entre todas as adversidades, a garotinha se tornava aprendiz de sua própria dor, onde não há reciprocidade sem resignação, em que pressionar o dedo no corte aberto, estanca o sangramento ,mas não cura a ferida. E a vida, o destino, o acaso, a sorte, as forças desse mundo, foram impulsionando esta garotinha a crescer, a amadurecer antes da hora - não era tão fácil brincar com tantas marcas nas mãos. As feridas dessa vida revelava as cicatrizes mais profundas, escondidas em seu coração.

Então, ela cresceu e aquele 'patinho amarelo' ela deixou e esqueceu de suas fadas e seus anjos, a mansidão de um tempo avassalador contemplava aqueles olhos cor de mel.

Devorador de sonhos, conhecedor de mentes, ancorador do tempo, a vida desenrolava diante de seus anseios, não havia mais aquele tempo, havia apenas a espera. Em meio as dúvidas que lhe mostravam traiçoeiras de seus sonhos , revelavam tantos caminhos e uma dúvida - "Qual rumo seguir?". E embora confusa, aquela garota tinha apenas uma certeza, de que parada, sozinha naquela estrada ela não podia ficar. Então, com lágrimas nos olhos, ela se foi, quão longe ela andou, e aprendeu que não há receitas a seguir quando o assunto é viver.




* continua ...




By Stephanie Ferreira

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